Rede SER Animal

Rede SER Animal

Quem sou eu?

A Rede Ser Animal surgiu em setembro de 2010 após contatos e articulações entre técnicos do IBAMA-SP e profissionais da área de meio ambiente de algumas instituições de Piracicaba e voluntários que se interessam pelo SER animal.
Tudo começou com a possibilidade de trazer para Piracicaba um Seminário que o IBAMA-SP realiza em algumas cidades do estado. O conteúdo abordado pelo Seminário relaciona-se ao Programa Permanente de Proteção a Fauna Silvestre - P3F, em consonância com a Campanha Nacional de Proteção a Fauna. O Programa P3F prevê trabalhos com diversos grupos, tais como, imprensa, poder judiciário, prefeituras, correios, concessionárias de rodovias, universidades e educadores em geral, trabalhando na perspectiva de serem multiplicadores.
Após algumas reuniões, essa rede se constituiu entre técnicos do IBAMA-SP, profissionais e alunos ligados a OCA - Laboratório de Educação e Políticas Ambientais, ao USP-Recicla e à Prefeitura do Campus da ESALQ-USP, profissionais da UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba, profissionais do Núcleo de Educação Ambiental da SEDEMA – Prefeitura Municipal e outros profissionais interessados.
Uma proposta de trabalho começou a ser iniciada através da organização do primeiro Seminário, realizado no dia 14 de Outubro de 2010. O objetivo foi formar uma rede para discutir e propor ações para o bem estar animal, tratando de animais domésticos, com os temas adoção, posse responsável, maus tratos, etc.; e de animais silvestres, com temas relacionados ao combate ao tráfico de animais, criação em zoológicos, criadores, etc. Desde então a rede vem se articulando e organizando eventos periódicos voltados para o tema animal.
Em dezembro de 2010 um segundo seminário foi realizado na UNIMEP, com o apoio do curso de pós-graduação de Bioecologia e Conservação e de graduação em Biologia. O tema discutido foi “Bem Estar Animal – direito ou dever” e teve apresentações de experiências de trabalhos sobre bem estar animal em Piracicaba.
Desde então, um grupo vem se reunindo com o objetivo de fortalecer a rede através de eventos e definição de ações integradas voltadas a causa animal.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Relembrando: evento “Bem estar animal: direito ou dever?”


No dia 17 de dezembro de 2010, em Piracicaba, ocorreu o primeiro seminário organizado pela Rede Bem Estar Animal, intitulado “Bem estar animal: direito ou dever?”. Este evento teve como objetivo transmitir e debater informações acerca da temática do trato de animais silvestres e domesticados em nossa sociedade atualmente. Para tanto, o evento foi composto por um quadro de atividades diversificadas, como palestras, mesas redondas e exposição de projetos ligados ao tema.
Para aqueles que não puderam comparecer, vamos recordar aqui este dia, então!

A primeira palestra foi oferecida por Vincent Kurt Lo (IBAMA), intitulada “Bem estar de animais silvestres apreendidos”. Vincent expôs informações sobre legislação aplicada a meio ambiente e fauna, com foco no Decreto-lei nº 24.645, de 1934, onde são definidos os maus tratos, e na comparação entre a legislação vigente no Brasil e em outros países, como os EUA. Para se ter uma ideia, foi compartilhado o ocorrido em outubro de 2010, quando um pescador estadunidense foi preso durante 30 dias por atirar em um peixe-boi, além de pagar uma multa no valor de US$ 51.000 para custear os custos do tratamento do animal e cinco anos de liberdade condicional.
Foi também discutida a questão dos recintos no qual se encontram os animais silvestres apreendidos, sendo aqueles destinados às aves os mais carentes, uma vez que a infra-estrutura é insuficiente e muitas vezes os criadores não possuem as devidas orientações. Expôs também a problemática da manutenção destes animais em residências, que além de ser um crime por cumplicidade com o tráfico ilegal, representa igualmente uma série de riscos e implicações negativas à sociedade e ao meio ambiente, entre as quais: risco de zoonoses (doenças passadas dos animais aos humanos) e acidentes físicos; risco de fuga do animal; perda da biodiversidade e do patrimônio genético; ameaça de extinção da espécie; não cumprimento do papel ecológico que deveria ser exercido pelo animal, entre tantos outros.
Em seguida, ocorreu a mesa redonda “Ações sobre bem-estar animal no município de Piracicaba”, da qual foram os participantes: Miriam L. M. Miranda, da ONG Vira lata Vira vida; Dr. Paulo Roberto Lara, do Controle de Zoonoses, Piracicaba; e Dra. Kayna Agostini, da UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba).
Foram discutidos vieses da temática, inicialmente com a definição de bem estar animal, dada pela Profa. Dra. Kayna Agostini, segundo a qual para que tal estado exista, o animal deve se enquadrar nas seguintes condições:
1) livre de fome e sede;
2) livre de desconforto;
3) livre de dor, ferimento e doenças;
4) livre para expressar comportamento normal e
5) livre de medos e angústias.
Enquadram-se aí animais utilizados para os mais diversos fins, alimentação, recreação, pesquisa etc.
Seguiu-se a apresentação do Dr. Paulo Roberto Lara, que expôs a história da relação entre seres humanos e cães. Segundo uma pesquisa apontada na apresentação, no Brasil, o consumo de produtos pets encontra-se em 2º lugar no ranking de consumo, com UU$ 42 bilhões, perdendo apenas para os eletrônicos.Paulo discutiu também a questão da comunicação animal, entre si e com os seres humanos, e os parâmetros para medida de bem estar animal (fisiológicas e comportamentais).
Miriam L. M. Miranda, por sua vez, compartilhou a história, a missão e as experiências da ONG Vira Lata Vira Vida. Falou sobre os trabalhos de recuperação de animais que chegam completamente debilitados, feitos por voluntários da ONG; das campanhas de doação, que inclusive destinam-se a encontrar um lar para animais idosos; sobre o trabalho de voluntariado, entre outros.
A palestra da advogada Ísis, contextualizou o tema na Legislação Nacional, expondo o previsto pelas Políticas Nacionais Do meio ambiente (lei nº - 6938 – 10/1981), e De Educação Ambiental lei nº 9795 de 27/04/1999.
A palestrante chamou a atenção ao fato de a Legislação de fauna enquadrar como crime ambiental o uso de animais para fins científicos ou pesquisa, e que apesar disso, seguem tais práticas impunes na universidade. Compartilhou também os desafios da Educação Ambiental no IBAMA, citando como exemplo a inutilidade de se aumentar o número de fiscais, pois os traficantes de animais os escondem em lugares muito imprevisíveis, por isso a alternativa a investir em programas de educação ambiental para a conscientização da população.
Isis discursou também sobre a “Campanha Nacional de Proteção à Fauna”, lançada em 2008 pelo IBAMA e pelo MMA.
Seguiu-se a apresentação de projetos direcionados ao bem estar animal, sendo eles:
Projeto de Formação de Monitores Ambientais
Objetivo: Formar profissionais na área de conscientização ambiental que irão atuar em escolas. Orçamento: buscar parcerias junto a comunidade local, ONGs, empresas etc.
Projetos do Zoológico
1)      Aprisione a sua liberdade: Coloca-se uma gaiola grande convidando as pessoas a entrarem para que se sintam como os animais aprisionados;
2)      Uma gaiola por uma vida: Troca-se uma gaiola vazia por uma muda de árvore frutífera, com posterior destruição das gaiolas.
A última atividade foi a palestra da Elizabeth Nunes Salles, coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental (NEA) da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema). Foram discutidos temas ligados à simbologia dada aos animais na antiguidade, e o histórico dos zoológicos no Brasil, suas ações e seus objetivos (planejamento dos recintos por onde transitam os animais, enriquecimento ambiental, relação tratador/técnico e animal, e a relação público-animal).



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